Artigo

O avanço das farmácias no comércio de medicamentos e outros produtos

Por Carlos M. Madail - Economista, Professor, Pesquisador e Diretor da ACP
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A ciência econômica clássica, criada por Adam Smith, concebeu a Lei da Oferta e Demanda - também chamada de Lei da Oferta e Procura, que busca explicar como funciona um mercado ou o que determina o preço e a quantidade de um produto num determinado espaço comercial. A renda é um fator que causa o aumento na demanda, mas outros fatores também contribuem para esta mudança que são: os gostos e as preferências, a atração publicitária, os preços dos bens relacionados, a composição ou tamanho da população ou, principalmente, a necessidade de aquisição de um determinado produto.
Em relação aos medicamentos, o objetivo do comércio farmacêutico é suprir as necessidades desse produto dentro das qualificações e prazos exigidos pelo processo assistencial, por meio da seleção adequada de fornecedores que ofereçam os melhores produtos com os melhores preços e condições de pagamento possíveis. Medicamentos como mercadoria, são substâncias que objetivam curar doenças ou aliviar sintomas. Segundo Lígia Mello, pesquisadora do tema, oito em cada dez brasileiros se queixam de dores, ou seja, o Brasil é um país "doente" - seja por falta de informação, ausência da cultura de prevenção, de disponibilidade de tempo e de investimento em saúde, sempre deixa os cuidados para um segundo plano.
Atentos ao crescimento da demanda por medicamentos, as grandes redes de farmácias, utilizando cada vez mais de sofisticados processos de inteligência, têm expandido seus negócios com a abertura de farmácias em todos os cantos possíveis, chegando a instalações de uma ao lado da outra. O Rio Grande do Sul se consolida como uma das localidades com a maior concentração de lojas de medicamentos do planeta. Com cerca de cinco mil farmácias no estado, a cada cinco dias surge, em média, uma nova loja no RS, independente da presença ou não de outras tantas numa mesma cidade. Em Pelotas, segundo dados do DataSebrae, atuam em torno de 300 estabelecimentos, número que representa, aproximadamente, um estabelecimento para cada mil habitantes.
Nos últimos anos, foi possível constatar o dinamismo do varejo farmacêutico ao se ingressar num estabelecimento que outrora só comercializava medicamentos ou manipulações. As farmácias do presente deixaram de focar apenas na cura de doenças para oferecer aos clientes diversos outros produtos, se posicionando como um local de promoção não só da cura de doenças, mas do bem-estar das pessoas. Para as pessoas menos atentas parece uma mudança sutil, mas é na verdade muito profunda: o cliente se relaciona com essas farmácias também para se sentir ainda melhor, e não apenas quando está doente. Além de medicamentos, o cliente que visita uma farmácia hoje, vai se deparar com alimentos, doces, cosméticos, produtos para churrasco (como espetos, carvão), e outros tantos produtos que no passado não era possível encontrar. A evolução faz sentido porque os consumidores buscam cada vez mais conveniências em tudo o que necessitam e que pretendem comprar num mesmo local, independente do dia e horário, já que muitos estabelecimentos farmacêuticos funcionam 24 horas.
O cenário farmacêutico aponta que, além dos medicamentos que curam doenças, é possível que o cliente busque também a prevenção, e não apenas remédios, mas vitaminas, suplementos, vacinas e programas voltados à qualidade de vida, visando aumentar sua longevidade. O farmacêutico, dentro da sua formação e possibilidades, pode monitorar as condições dos clientes como frequência cardíaca, e também acesso ao histórico de sua saúde, podendo alertar sobre possíveis riscos. Em função da importância desse mercado dinâmico em crescimento, com o aumento da demanda por estas diversidades de produtos, é natural que continuem aparecendo novos estabelecimentos farmacêuticos em qualquer canto das cidades.

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